Carrego sinais
No pescoço
No pulso
Nas mãos
Para me lembrar
Das marcas
Do meu coração
No pescoço
No pulso
Nas mãos
Para me lembrar
Das marcas
Do meu coração
Trago tais sinais
Pra que o mundo veja
Não pertenço a ele
E para nunca esquecer
De não me acomodar nele
Não, meu lugar é outro
Sou Filha do Rei
Herdeira de um Reino
Nem tão distante
Mas eterno
Fui escolhida
No orfanato
Um vale de lágrimas
Para onde escolhi
Jamais voltar
Mas para melhor agradar
Aquele que se fez meu Pai
Trabalho noite e dia
Esperando ele chegar
Ah, quando ele chegar...
Será que estarei pronta ?
Reviso minha mala
Todo dia, tentando esvaziar
Pois Ele avisou
Nada poderei levar...
E quando ele me adotou
Pos-me no Exército!
Sim, Exército !
Não é castigo
É honra !
É aqui que estão todos
Toda a Geração
Todos meus irmãos
E vamos em busca
Busca incessante
Por novatos...
Sim, a família é grande
Cada dia um novo irmão !
E vivemos a base de Pão !
Oh, sim, maravilhoso Pão...
E continuamos a marcha
Faces e peitos ungidos
Óleo de guerreiro
Óleo sagrado
Óleo da tradição
Batalhas ?
Ora, claro
Escolhidas a dedo
Pra cada guerreiro
Vitória a vitória
Tombo a tombo
Enfrentamos
Caímos
Vencemos
Crescemos...
Falando assim
Até parecemos grandes...
Não se engane
Cada cabeça
Já se coloriu
Com o negro da cinzas
Para nos lembrar
Que somos pó
E ao pó voltaremos
A marca do Pó
Talvez o mais
Importante Sinal
Carregado pelos Escolhidos...
(Carol Quinteiro)
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